sexta-feira, 20 de agosto de 2010

DEFENDER-SE OU ATACAR; EIS A QUESTÃO

Quando o Karatê se fundiu as filosofias do Budô, essa questão passou a fazer parte dos conflitos entre os praticantes e duas linhas antagônicas passaram a coexistir entre os mestres daquela época. Uns defendiam o Karatê como uma arte essencialmente pacífica, portanto seria inadmissível iniciar qualquer peleja atacando o adversário; outros pensavam no Karatê como arma de guerra (como arte marcial), portanto defendiam a tese de que o adversário deveria ser destruído com o primeiro e único golpe.

Fazendo uma viagem ao passado, podemos entender o Karatê original como um método de defesa pessoal que foi criado para enfrentar (com as mãos vazias) adversários fortes, bem treinados e, sobretudo, bem armados. Nós acreditamos que nesses casos o ataque funcionava como uma defesa que, se falhasse, não haveria oportunidade de uma segunda tentativa. Entretanto, se o confronto fosse iniciado com uma defesa, essa teria que ser absolutamente precisa e precedida de um ataque definitivo (ippon).

Mesmo havendo duas vertentes distintas, no que se refere ao início de uma peleja, ambos convergiam para um mesmo ponto: tanto as defesas quanto os ataques precisavam ser eficientes. Mas, com o passar dos anos, com a divulgação do Karatê por todos os continentes, com a proliferação de dojos (salas de aulas onde se praticam o Karatê) em todas as esquinas e competições acorrendo em todos os finais de semana, infelizmente o Karatê afastou-se demasiadamente do seu objetivo (defesa pessoal) se tornando em algo que pouco lembra aquilo que seus criadores idealizaram.

Hoje nos deparamos com uma situação de perigo igual (ou superior) aquela vivida pelos precursores do Karatê. Encontramos-nos abandonados pelos gestores da segurança pública do nosso País, e desarmados, diante de bandidos cruéis e fortemente armados! Daí a necessidade de nos preparar diariamente com técnicas eficientes de defesa pessoal, sem nos preocupar se temos de iniciar uma luta desferindo uma defesa ou um ataque.

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