OBJETIVO: Divulgar o Karatê motivando os
professores e os atletas.
INTRODUÇÃO
Não
é possível continuarmos pensando em divulgar o Karatê sem dar a devida
importância aos professores, que são os principais personagens dessa história
que vem sendo contada no Brasil desde os primeiros imigrantes japoneses. Creio
que todo o esforço é pouco para reconhecer o devido valor desses profissionais
que precisam buscar fontes alternativas para sobreviver com o mínimo de
dignidade, quando extrair o seu sustento do ensino é quase impossível. Por sua
vez as federações e confederações se preocupam apenas em promover competições
(que a cada dia atrai menos atletas e púbico) e nas cobranças de taxas para
cobrir despesas que deveriam ser assumidas por patrocinadores. Nós sabemos que
tanto as federações quanto as confederações precisam de receitas para cobrir
seus custos, mas não podemos aceitar resignados o atropelar dos professores e atletas
com taxas altíssimas (para a realidade financeira da maioria), em detrimento
dessas entidades que nada fazem para ajudar os professores que lutam
diariamente para manter os alunos nos dojos. Desde as primeiras federações e
confederação surgidas em nosso país, nenhum presidente chegou para nos
perguntar como estava a frequência dos nossos alunos, mas as cobranças sempre
chegaram (acompanhadas muitas vezes de ameaças).
QUAL A REALIDADE EM
QUE SE ENCONTRAM OS PROFESSORES DE KARATÊ?
a) Com dificuldade de sobreviver em
função de poucos alunos pagantes em sala de aulas (sem nenhuma orientação ou
apoio das entidades as quais são filiados, alguns professores promovem dezenas
de exames durante os anos na tentativa desesperada de motivá-los e mantê-los);
b) Pressionados e marginalizados pelos
CREFs e, quando provisionados, discriminados pelos graduados em educação
física;
c) Sem nenhum direito trabalhista
garantido, fadado a desistir do sonho de ser professor de Karatê e viver com
dignidade dos frutos do seu árduo trabalho;
OBSERVE COM ATENÇÃO A
SEGUINTE NARRATIVA:
“Quando eu comecei a ensinar o Karatê,
o dojo era cheio o ano todo onde quer que eu abrisse uma “academia”. Os alunos
viviam ávidos por conhecimentos e treinavam com dedicação. Não havia
competições, nem parecia ter necessidades delas para manter e motivar os
alunos, apenas o treino árduo e muita luta (kumite). Hoje, em cada esquina, há
alguém “ensinando karatê” com meia dúzia de alunos desmotivados, ostentando
faixas com graduações elevadas, mas com o nível técnico lá em baixo. Dezenas de
campeonatos são realizados ao longo do ano com uma quantidade inexpressiva de
atletas que se dividem em mais de meia centena de categorias, levando ao pódio
dezenas de competidores que vão para casa carregando medalhas no peito, mas com
o coração vazio, com a sensação de que sua vitória não convenceu a ninguém”.
(Professor Hélio Simões de Matos)
A
partir dessa narrativa surgem as seguintes perguntas:
1º. Por
que os alunos viviam tão motivados numa época onde passávamos anos treinando
sem realizarmos exames de faixas e sem participarmos de competições?
2º.
Por que, hoje, falta tanta motivação se é tão fácil graduar-se e obter uma
medalha de campeão?
3º.
Será que há alguma relação entre a desorganização dos eventos (descumprindo com
os horários e não tendo um corpo de árbitros competente) e a falta de
motivação?
4º.
E as premiações? Será que diminuindo a quantidade de categorias e pagando com
dinheiro em espécie aos primeiros colocados é possível estimular os atletas
para treinarem e competirem mais?
5º.
O que é capaz de motivar os professores?
6º. O
que podemos fazer de concreto e imediato para motivar os professores e atletas?
7º. O
que deve ser feito para trazer o público para os campeonatos?
8º.
O que fazer para evitar as frustrações dos atletas diante das atitudes
arbitrárias dos árbitros e comissões de arbitragens?
9º.
O que fazer para enfrentarmos com tranquilidade o radicalismo dos gestores dos
eventos, no que se refere a meras formalidades (denominadas por eles como questões
técnicas), num universo onde nada é absoluto?
Sinceramente
eu não sei quais as respostas para as questões que apresento nesse texto, nem
quero influenciar o leitor quanto a sua opinião. O que realmente quero é
levantar uma discussão sobre o assunto em pauta, encarando a realidade e, a
partir desse ponto, traçar uma estratégia de ação programada para melhorarmos a
situação em que se encontra o profissional de lutas (sobretudo de Karatê),
consciente que nenhuma mudança ocorrerá de forma mágica, sem o esforço
inteligente dos diretamente envolvidos.
Não
podemos esquecer, no entanto, que alguns professores, no desespero para manter
sua meia dúzia de alunos no dojo (área de treinamentos), fundou sua própria
federação de karatê e se autograduaram... Mas vamos deixar de lado esses
pequenos resíduos e vamos pensar nas nove perguntas que surgiram dentro da
narrativa:
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