terça-feira, 3 de julho de 2012

Uma Forma Diferente de Divulgar o Karatê em Pernambuco (parte 1)


OBJETIVO: Divulgar o Karatê motivando os professores e os atletas.

INTRODUÇÃO
Não é possível continuarmos pensando em divulgar o Karatê sem dar a devida importância aos professores, que são os principais personagens dessa história que vem sendo contada no Brasil desde os primeiros imigrantes japoneses. Creio que todo o esforço é pouco para reconhecer o devido valor desses profissionais que precisam buscar fontes alternativas para sobreviver com o mínimo de dignidade, quando extrair o seu sustento do ensino é quase impossível. Por sua vez as federações e confederações se preocupam apenas em promover competições (que a cada dia atrai menos atletas e púbico) e nas cobranças de taxas para cobrir despesas que deveriam ser assumidas por patrocinadores. Nós sabemos que tanto as federações quanto as confederações precisam de receitas para cobrir seus custos, mas não podemos aceitar resignados o atropelar dos professores e atletas com taxas altíssimas (para a realidade financeira da maioria), em detrimento dessas entidades que nada fazem para ajudar os professores que lutam diariamente para manter os alunos nos dojos. Desde as primeiras federações e confederação surgidas em nosso país, nenhum presidente chegou para nos perguntar como estava a frequência dos nossos alunos, mas as cobranças sempre chegaram (acompanhadas muitas vezes de ameaças).


QUAL A REALIDADE EM QUE SE ENCONTRAM OS PROFESSORES DE KARATÊ?
a)   Com dificuldade de sobreviver em função de poucos alunos pagantes em sala de aulas (sem nenhuma orientação ou apoio das entidades as quais são filiados, alguns professores promovem dezenas de exames durante os anos na tentativa desesperada de motivá-los e mantê-los);
b)   Pressionados e marginalizados pelos CREFs e, quando provisionados, discriminados pelos graduados em educação física;
c)   Sem nenhum direito trabalhista garantido, fadado a desistir do sonho de ser professor de Karatê e viver com dignidade dos frutos do seu árduo trabalho;

OBSERVE COM ATENÇÃO A SEGUINTE NARRATIVA:
“Quando eu comecei a ensinar o Karatê, o dojo era cheio o ano todo onde quer que eu abrisse uma “academia”. Os alunos viviam ávidos por conhecimentos e treinavam com dedicação. Não havia competições, nem parecia ter  necessidades delas para manter e motivar os alunos, apenas o treino árduo e muita luta (kumite). Hoje, em cada esquina, há alguém “ensinando karatê” com meia dúzia de alunos desmotivados, ostentando faixas com graduações elevadas, mas com o nível técnico lá em baixo. Dezenas de campeonatos são realizados ao longo do ano com uma quantidade inexpressiva de atletas que se dividem em mais de meia centena de categorias, levando ao pódio dezenas de competidores que vão para casa carregando medalhas no peito, mas com o coração vazio, com a sensação de que sua vitória não convenceu a ninguém”.
(Professor Hélio Simões de Matos)

A partir dessa narrativa surgem as seguintes perguntas:
1º. Por que os alunos viviam tão motivados numa época onde passávamos anos treinando sem realizarmos exames de faixas e sem participarmos de competições?
2º. Por que, hoje, falta tanta motivação se é tão fácil graduar-se e obter uma medalha de campeão?
3º. Será que há alguma relação entre a desorganização dos eventos (descumprindo com os horários e não tendo um corpo de árbitros competente) e a falta de motivação?
4º. E as premiações? Será que diminuindo a quantidade de categorias e pagando com dinheiro em espécie aos primeiros colocados é possível estimular os atletas para treinarem e competirem mais?
5º. O que é capaz de motivar os professores?
6º. O que podemos fazer de concreto e imediato para motivar os professores e atletas?
7º. O que deve ser feito para trazer o público para os campeonatos?
8º. O que fazer para evitar as frustrações dos atletas diante das atitudes arbitrárias dos árbitros e comissões de arbitragens?
9º. O que fazer para enfrentarmos com tranquilidade o radicalismo dos gestores dos eventos, no que se refere a meras formalidades (denominadas por eles como questões técnicas), num universo onde nada é absoluto?

Sinceramente eu não sei quais as respostas para as questões que apresento nesse texto, nem quero influenciar o leitor quanto a sua opinião. O que realmente quero é levantar uma discussão sobre o assunto em pauta, encarando a realidade e, a partir desse ponto, traçar uma estratégia de ação programada para melhorarmos a situação em que se encontra o profissional de lutas (sobretudo de Karatê), consciente que nenhuma mudança ocorrerá de forma mágica, sem o esforço inteligente dos diretamente envolvidos.
Não podemos esquecer, no entanto, que alguns professores, no desespero para manter sua meia dúzia de alunos no dojo (área de treinamentos), fundou sua própria federação de karatê e se autograduaram... Mas vamos deixar de lado esses pequenos resíduos e vamos pensar nas nove perguntas que surgiram dentro da narrativa:

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